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2 de maio de 2025
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Homilia de Dom Geovane Luís no dia de São José Operário

Terminou ontem (01/05/2025), com uma missa celebrada por Dom Geovane Luís da Silva, a festa em honra a São José Operário em Divinópolis, a noite foi marcante porque deu início ao Jubileu de Ouro da Paróquia.

Confira a homilia:

“Tudo o que fizerdes, fazei-o de coração, para o Senhor. Servir a Cristo, o Senhor!  Caríssimos presbíteros, amados irmãos e irmãs, nossa comunidade se reúne em festa, para celebrar hoje a intercessão paterna de São José, o homem trabalhador. E o fazemos, celebrando também o Jubileu da Esperança, e hoje iniciando também o Jubileu de Ouro dessa paróquia, recordando o início de uma história, a serviço do Evangelho. Portanto temos muitos motivos, para agradecer a Deus, o caminho que percorremos. A celebração de hoje, faz crescer no nosso coração a gratidão e assim olhamos para o passado, com o coração agradecido, certos de que devemos muito àqueles que nos precederam, homens e mulheres que fincaram a cruz nesta terra e fizeram com que esta terra se tornasse fecunda, crescesse e se multiplicasse aqui a vinha do Senhor: a paróquia de São José Operário. Portanto, o início deste Jubileu nos faz olhar para o passado agradecidos ao Senhor. Gratidão, porque muitos doaram um pouco de si mesmos, para que hoje pudéssemos estar aqui. Mas, se por um lado o olhar dirigido ao passado ativa em nós a gratidão, olhando para o presente nós somos convidados a viver aqueles ensinamentos que nos foram propostos hoje, nesta liturgia, através do grande Apóstolo: Paulo. Diante do presente da vida, nós somos convidados a viver o mandamento do amor. Acima de tudo, amai-vos uns aos outros. E não poderia ser diferente, pois como ouvimos ao início dessa celebração, o registro de tombo dessa paróquia, nos fala da presença da Cruz de Cristo, uma comunidade que cresceu à sombra da árvore da vida, a Cruz de Cristo, somos cristãos, vivemos, existimos, nos movemos, sob a Cruz de Cristo. Desde que Jesus Cristo morreu e ressuscitou esta é a sombra que paira sobre o mundo, sobre a igreja, vivemos, existimos e somos, sob a Cruz de Cristo. E, portanto, abre-se para nós a estrada do amor, que nos une a Deus, mas também nos vincula aos irmãos e irmãs.  Amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição, enquanto Igreja de Cristo jubilosa, somos chamados a viver o mandamento do amor, traduzindo-o em gestos concretos, de cuidado, de afeição, ajuda mútua, apoio, sobretudo aos mais pobres e sofredores. Somos chamados a percorrer a estrada do amor, mas o apóstolo nos convida para que sejamos também promotores da paz, que a paz de Jesus reine em vossos corações. A paz é o grande dom que Jesus ressuscitado nos oferece na sua Páscoa, indo ao encontro dos seus discípulos que estavam com medo, desanimados. Jesus disse a eles: “A paz esteja convosco, como o pai me enviou eu também vos envio”. A paz é o grande dom, o grande presente, que Cristo Jesus ressuscitado nos oferece, uma paz que deixa o nosso coração inquieto, e nos faz ser homens e mulheres inconformados diante da injustiça, do sofrimento, do desemprego, da miséria, que fere a dignidade de tantos irmãos e irmãs. A paz de Cristo é um dom que deixa o nosso coração inquieto, inconformado e ativa no nosso coração o desejo de lutar, onde Deus nos colocou. Somos chamados a ser instrumentos de paz, somos chamados a buscar a unidade, o diálogo, com aqueles que estão distantes, ou professam uma fé diferente da nossa, mas sobretudo entre nós, cristão, católicos, busquemos a unidade, sejamos promotores da paz. Amai-vos uns aos outros e que a paz de Cristo reine em vossos corações, se permitirmos que a paz de Cristo nos pacifique, certamente os nossos trabalhos pastorais se tornarão mais leves, seremos capazes de conviver com mais alegria, correremos, mas não nos cansaremos, trabalharemos muito, mas não nos deixaremos levar pelo desânimo, pelo desalento. O amor, a paz, o trabalho aqui o apóstolo diz: Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Evocamos aqui a figura bíblica de São José, o homem do trabalho. O nosso saudoso Papa Francisco nos deixou um grande legado espiritual, evangelizador e ele escreveu sobre São José uma breve carta “Patris corde” e ali ele fala de São José como o homem trabalhador, e ele ressalta a beleza e a dignidade do trabalho, trabalhando nós participamos da obra criadora de Deus. O papa Francisco recordou-nos disso, que quando trabalhamos participamos da obra criadora de Deus e é preciso que todos os homens e mulheres tenham oportunidade de trabalho, porque quando não há trabalho surge a violência, a marginalidade. Quando não há trabalho a família é a primeira a sofrer o impacto do desemprego, correndo o risco de ser até mesmo, em algumas situações, dissolvida por causa da ausência de trabalho, invoquemos São José para que não falte oportunidade de trabalho, a todos os homens e mulheres. É bem verdade que no nosso Brasil, o índice de desemprego caiu, mas ao mesmo tempo é preciso qualificar, cada vez mais, os nossos jovens, para que eles encontrem caminhos, soluções, oportunidades melhores de trabalho e de crescimento. Trabalhar é participar da obra criadora de Deus, mas o trabalho também não pode nos esmagar, é preciso que nós descubramos a alegria do descanso, do encontro, para recuperarmos o entusiasmo na vida e na missão. A paróquia é o lugar onde se vive o amor, onde todos somos chamados a promover a paz, mas onde também trabalhamos, em nome do Senhor Jesus Cristo, todos nós ministros ordenados, cristãos batizados, leigos e leigas, trabalhos por causa de Jesus, não somos funcionários na Igreja, somos alegres servidores na vinha do Senhor. Trabalhemos com tremor e temor realizando a grande obra que não é nossa, mas pertence a Deus, porque é ele quem faz crescer a sua vinha, a sua lavoura, a sua obra, por isso rezamos no salmo 89: “Ó Senhor fazei dar frutos o trabalho de nossas mãos”. Trabalhemos com renovado entusiasmo, para que o Evangelho seja proclamado a todos, mas não nos esqueçamos, somente Ele, o Cristo, o Senhor, fará frutificar o nosso trabalho. De nossa parte, resta apenas a boa vontade, a disposição para trabalhar e que a exemplo de São José não nos falte essa alegria do trabalho desinteressado, generoso, porque assim participaremos da obra criadora de Deus. E tudo aquilo que fizermos aqui, seja feito de coração. É isso que Deus quer, o nosso coração totalmente voltado a Ele, e quem tem o coração voltado para Deus, nele descobre a presença dos irmãos e irmãs. Se vivermos assim no amor ao próximo, promovendo a paz, trabalhando com alegria receberemos a recompensa, a herança que só Deus pode nos dar. Numa paróquia não podemos trabalhar esperando elogios, reconhecimento, se o fizermos por causa disso, estamos buscando muito pouco, mas é preciso recordar aquilo que o apóstolo Paulo diz: “Vós bem sabeis que recebereis do Senhor a herança como recompensa”. Trabalhemos aguardando a feliz recompensa que Deus, e só ele, pode nos oferecer, a vida junto dele, o amor sem limites que ele pode nos dar. Que esse ano Jubilar iniciado hoje possa reativar em nós o senso de gratidão, mas ao mesmo tempo diante do presente esse compromisso de vivência do amor, de promoção da paz, da unidade, trabalhando com coragem para tornar visível o Reino de Cristo. Assim, olhando para o futuro, sejamos revestidos da alegre esperança que o ressuscitado nos dá, porque nós não caminhamos para o nada, a nossa vida não converge para o vazio, caminhamos para um grande amor, que nos ama e nos espera: Deus mesmo. A missa é o maior ato de gratidão, Jesus ao instituir a Eucaristia nos ensinou a percorrer a estrada da gratidão que nos humaniza, porque não construímos nossa vida sozinhos, ninguém constrói a vida sozinho, ninguém trabalha sozinho, construímos a vida juntos, na comunhão. Sejamos agradecidos ao Senhor que nos reuniu, nos reúne e nos constitui seu povo, membros de um só corpo, como nos ensina São Paulo. Que a Paz reine em vossos corações, a qual fostes chamados como membros de um só corpo, e sede agradecidos, assim seja!”

 

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