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28 de março de 2024
Foto do artigo Homilia de Dom Geovane Luís na Missa do Crisma e da Unidade 2024

Homilia de Dom Geovane Luís na Missa do Crisma e da Unidade 2024

“O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu.” (Lc 4,18)

 

Introdução

Caríssimos irmãos Dom Hugo e Mons. Adênis; presbíteros, diáconos, religiosos(as), vocacionados(as), amado povo de Deus da Diocese de Divinópolis.

Reunidos em nome do Senhor desejamos fortalecer e estreitar os nossos laços de fraternidade e amizade. “No meio da humanidade, cada vez mais dividida por inimizades e discórdias, sabemos por experiência que vós [Senhor] levais as pessoas a se converter e buscar a reconciliação. Pelo vosso Espírito Santo moveis os corações de modo que os inimigos voltem à amizade, os adversários se deem as mãos e os povos procurem reencontrar a paz[1]”.

A liturgia de hoje marca o encerramento da Quaresma e abre-nos a porta da misericórdia pela qual entramos no mistério da paixão, morte e ressurreição do Senhor. A Páscoa é a festa da unidade e do perdão, pois Cristo morreu e ressuscitou para reconduzir à unidade os filhos e filhas de Deus dispersos (cf. Jo 11,52).

É a primeira vez que presido esta liturgia solene, dentro da qual consagramos o óleo do crisma e abençoamos o óleo dos catecúmenos e dos enfermos.

O óleo é um elemento da natureza e dádiva de Deus para nós, fruto da oliveira e das estações do ano. Consagrado e abençoados, os santos óleos manifestam a presença do Senhor que nos chama ao serviço, nos envia em missão e nos consola quando sofremos.

“Com o santo crisma consagrado pelo Bispo, são ungidos os recém-batizados e são marcados com o sinal da cruz os que vão ser confirmados, são ungidas as mãos dos presbíteros e a cabeça dos bispos, bem como a igreja e os altares na sua dedicação. Com o óleo dos catecúmenos, estes preparam-se e dispõem-se para o Batismo. Por fim, com o óleo dos enfermos, estes recebem alívio na doença.[2]

Os Santos Óleos expressam a ternura de Deus que cuida do seu povo e o acompanha por toda a vida. Eles manifestam o ministério de Cristo Jesus que ao longo da sua missão chamou os discípulos, deu-lhes o seu Espírito e os constituiu ministros da consolação divina. O amor de Deus é como o bálsamo que se derrama sobre a Igreja e cura as feridas causadas pelo pecado e pelas divisões.

Somos Chamados

Todos somos chamados a seguir o Mestre de Nazaré. Desde que iniciei o meu ministério pastoral nesta amada diocese tenho insistido na urgência de realizarmos uma ação pastoral marcada pela ternura, pela alegria da convivência e da amizade. Naquele dia, aos 17 de junho de 2023, eu me referi a Nazaré enquanto símbolo da fraterna convivência, da amizade, do abraço acolhedor. Nazaré é lugar onde o Verbo se fez carne no seio da Virgem Maria. Foi lá que Jesus se sentiu amado e abraçado pela sua humilde família.

Hoje, ao escutar este trecho do evangelho de Lucas (4, 14-30), gostaria de retomar, ainda que brevemente, a reflexão que fiz com os diáconos, por ocasião do retiro espiritual na Serra da Piedade.

Naquela ocasião eu lhes dizia que a vida e missão de Jesus transcorreu entre Nazaré e Cafarnaum. Precisamos entrar no grande mistério do silêncio de Nazaré e do caos ruidoso de Cafarnaum para entendermos que a nossa missão necessita da contemplação e do serviço generoso a todos. Assim descobriremos a necessidade de uma pastoral orientada unicamente pelo desejo de servir em nome de Jesus. Caso contrário, atrairemos as pessoas para nós mesmos e não para Cristo. Neste caso, aquilo que é um dom – o nosso ministério-, poderá se transformar em perdição ou ruína para nós mesmos e perderá sua beleza essencial, pois nossa missão é atrair para Cristo todas as pessoas.

No evangelho de hoje, São Lucas nos fala do retorno de Jesus a Nazaré e sua partida para Cafarnaum, depois de ter sido rejeitado pelos seus conterrâneos. Estes dois pólos – Nazaré e Cafarnaum – regem sua missão e são essenciais para entender o seu estilo de vida e suas opções. Estes dois lugares incidem espiritualmente sobre o nosso ministério e têm a força de modelar nossa vivência enquanto presbíteros.

 Nazaré

A vida de Jesus inicia-se em Belém e se concluí em Jerusalém. Foi concebido em Nazaré e regressou para lá após o exílio no Egito. Viveu trinta anos ali, por isso tornou-se conhecido como Nazareno. Sua vida escondida naquele vilarejo constitui um prefácio de tudo o que se seguirá depois na sua missão. Em Nazaré dá-se a kenosis de Jesus. Lá ele assume a condição do pobre e transforma sua vida diária e comum num lugar de encontro com o Pai. Nazaré é o lugar da vida escondida e simples de Jesus. Lugar de oração, trabalho, propício ao cultivo das virtudes, da hospitalidade, da amizade e da partilha das suas tristezas e alegrias.

Para Jesus, Nazaré é o lugar seguro de intimidade, onde é possível estar próximo àqueles que partilham sua fé e seus ideais. Este vilarejo se transformou para Jesus num oásis de oração sem o qual não é possível atravessar o deserto e levar o tesouro de Deus às pessoas que o aguardam do outro lado em Cafarnaum. Nazaré mantém Cristo no centro da sua vida, focado nas coisas do Pai. Por isso este lugar evoca amizade, renovação pessoal, estudo, oração e autoconhecimento.

Mesmo estando fisicamente em Cafarnaum, Jesus criava momentos de Nazaré em sua vida: as suas noites de oração no Jardim das Oliveiras expressam muito bem esta realidade. Precisamos de Nazaré para manter o foco na missão. Sem Nazaré perderemos o norte, nos afastaremos de Deus, dos irmãos e irmãs e nos tornaremos autoreferenciais, desenvolvendo obsessões sobre nós mesmos, o nosso tempo, os nossos passatempos, os confortos que usamos para compensar o celibato ou outros sacrifícios inerentes à nossa vocação. Mas em Nazaré nossa fidelidade se tornará fecunda, capaz de conferir paixão ao nosso ministério. Em contrapartida, sem o espirito ou estilo de Nazaré, Cafarnaum tornar-se-á esmagadora, frustrante e alienante para todos nós.

Cafarnaum

Cafarnaum é o lugar onde Jesus realizou grandes sinais. Lá se encontrava a casa de Pedro, centro de atividade apostólica e formação dos discípulos. Para lá acorriam tantas pessoas, que às vezes era preciso esperar do lado de fora. Em Cafarnaum, o Filho de Deus experimentou a frustração, o fracasso, a desilusão. Certa vez, Ele comentou que se Sodoma e Gomorra tivessem visto os sinais realizados lá, seus habitantes teriam se convertido a tempo.

Cafarnaum é outro polo da nossa vida e ministério. Traduz perfeitamente o exercício da nossa missão, a pastoral, o serviço, o nosso doar-se pelo povo. Cafarnaum é símbolo do lugar do anúncio e do pastoreio, expressão da solicitude e do cuidado de Jesus pelos pobres, enfermos e aflitos.

Hoje nas comunidades de nossa amada Igreja Particular, Nazaré e Cafarnaum se abraçam. Cada paróquia deve ser um oásis de oração e lugar de acolhida a todos, especialmente os pobres e sofredores.

Cafarnaum é o lugar ideal para treinar as pessoas ao ministério. Isto no leva a promover em nossas comunidades as vocações sacerdotais e os ministérios dos leigos e leigas; de modo que a Igreja seja uma comunidade missionária.

A cultura do encontro e a arte do acompanhamento de que tanto fala o Papa Francisco devem caracterizar a nossa experiência de Cafarnaum em nossas paróquias. Foi em Cafarnaum que Jesus chamou Pedro, André, Tiago, João e Mateus. Uma pastoral no estilo do agir de Jesus em Cafarnaum se traduz numa preocupação constante em promover as vocações, desafiando os jovens a considerar a beleza de uma vocação.

Nazaré e Cafarnaum têm que ser constantes na vida do ministro ordenado. Ao entardecer da nossa existência o centro gravitacional de nossa vida passará, inevitavelmente, de Cafarnaum para Nazaré. Passaremos mais tempo em Nazaré, mais tempo em adoração e oração. Através da oração, e isto é o essencial, continuaremos a contribuir para a vida da Igreja. No fundo o nosso ministério converge para Nazaré.

A nossa ação pastoral será bem sucedida na medida em que vivermos o espírito de hospitalidade e o estilo de vida que Jesus assumiu, quer em Nazaré ou em Cafarnaum.

O termo Cafarnaum evoca ainda uma grande confusão ou desordem, lugar marcado por uma acumulação desordenada de objetos como a multidão em frente à casa de Pedro. O nosso ministério pode se tornar ou ser uma Cafarnaum, atrapalhada, confusa e desordenada se faltarem os valores nazarenos da contemplação, da oração, da amizade e da fraternidade próxima entre nós.

Enquanto ministros ordenados, precisamos tanto de Nazaré quanto de Cafarnaum. Existe uma tensão entre estes dois lugares, mas compete a cada um de nós resolver esta tensão, abraçando ambos aspectos de nossa vocação. Jesus passou 30 anos em Nazaré e três em Cafarnaum. Nós somos muito dados ao ativismo e sentimo-nos mais realizados em Cafarnaum, mas sem Nazaré não é possível viver bem Cafarnaum. Sempre teremos que viver com um pé em Nazaré e outro em Cafarnaum para sermos pastores segundo o coração de Cristo.

Primeiro amor

Após o batismo no Jordão, guiado pelo Espírito Santo, Jesus voltou à Galileia e visitou o insignificante vilarejo onde viveu junto aos seus familiares. Ele inicia sua missão nas periferias geográficas e existenciais.

O retorno de Jesus à Galileia, e mais ainda, em Nazaré, é um convite àquele necessário retorno a si mesmo, à nossa opção fundamental, ao nosso primeiro amor. Por isso, nesta liturgia, os nossos presbíteros renovarão as promessas sacerdotais que fizeram livremente no dia em que receberam o sacramento da ordem.

Ungidos pelo Espírito

Ungido pela ação do Espírito, Jesus se apresenta como profeta aos seus conterrâneos. O Papa Francisco recordou-nos que Jesus Cristo quer Evangelizadores abertos à ação do seu Espírito; capazes de anunciar a Boa Nova, não só com palavras, mas acima de tudo com uma vida transfigurada pela presença de Deus. Cheios do Espírito em Pentecostes, também os apóstolos saíram de si mesmos e se tornaram anunciadores das maravilhas de Deus. Só o Espírito Santo pode nos dar força para anunciar o Evangelho com ousadia no mundo de hoje, mesmo contra a corrente[3].

A Palavra lê as Escrituras

Na sinagoga de Nazaré, num sábado, junto aos seus irmãos, Jesus entra, põe-se de pé, recebe o livro sagrado, procura ele mesmo uma passagem de Isaías, lê o texto, fecha o livro, devolve-o, senta-se e diz: “Hoje cumpriu-se esta palavra da Escritura que acabais de ouvir”.

Em Nazaré a Palavra lê as Escrituras. Tomando em suas mãos o livro do profeta, Jesus deu início à liturgia cristã da Palavra. Seu ministério público iniciou-se com um litúrgico. Jesus inaugura sua missão numa sinagoga e não no templo oferecendo sacrifícios. Nesta liturgia evocamos a força da Palavra de Deus: Jesus, Palavra viva do Pai, tem nas mãos o livro do Profeta Isaias, mas ao entardecer deste dia nós o contemplaremos no cenáculo, tendo em suas mãos o pão e o cálice com vinho. A Palavra encontra sua plena realização no verdadeiro culto prestado a Deus por Cristo sobre a cruz: o dom de si até à morte, o corpo doado e o sangue derramado[4].

Evangelizar com ternura

Jesus se sente enviado aos pobres, cativos, cegos e oprimidos. São os que o ele traz no seu coração, os que mais o preocupam. Se não nos preocuparmos com aqueles que estão no seu coração, ou seja, os pobres e sofredores, deixaremos de ser a Igreja de Cristo. Ele tem claro o seu programa: semear liberdade, a ternura, a luz e a graça.

Jesus Cristo ungido pelo Espirito de Deus se preocupa com os que sofrem. É esse Espírito que o impele a dedicar sua vida inteira a libertar, consolar, curar e perdoar: O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu para anunciar o evangelho aos pobres: enviou-me para proclamar a liberdade aos presos e, aos cegos, a visão; para pôr em liberdade os oprimidos e proclamar um ano do agrado do Senhor (Lc 4,18-19). O programa evangelizador de Jesus deve ser assumido por nós hoje. Em nossa ação pastoral não poderemos relativizar a questão da dor e do sofrimento, a situação dos pobres e marginalizados.

Em Cristo somos chamados a crer no Deus atento ao sofrimento humano. “O cristão verdadeiramente espiritual – ungido pelo Espírito – é encontrado, da mesma forma que Jesus, junto aos desvalidos, sofredores e humilhados. A defesa dos que sofrem é a prova de que estamos nos deixando guiar pelo Espírito de Jesus”. Na hora presente, os pobres e sofredores, são o grande desafio para nós, que nos apresentamos como seguidores de Jesus.

Desde o batismo somos ungidos pelo Espírito Santo, mas sobre nós ministros ordenados foi acrescida a graça do sacramento da ordem que nos dá, ainda mais, a capacidade de entrar no ânimo de cada pessoa, de descobrir suas necessidades mais prementes, de se encontrar com aquelas situações contraditórias distantes do Evangelho, de ajudar os outros a fazer um itinerário de conversão descobrindo em cada pessoa os germes da graça de Cristo.

Ao final do trecho do evangelho que foi proclamado a pouco, ouvimos São Lucas afirmar que todas as pessoas que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos em Jesus. Mas se prosseguirmos a leitura dos versículos seguintes veremos que o encanto pela pregação de Jesus na sinagoga foi passageiro, pois o Mestre não se deixou prender pelos interesses mesquinhos de seus conterrâneos. Ao final os nazarenos queriam lançar Jesus no precipício. Ele, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.

Caros presbíteros, coragem! Anunciemos o Evangelho mesmo em meio aos possíveis fracassos e incompreensões. Na sinagoga de Nazaré, o ministério de Jesus não teve êxito, a Palavra não foi ouvida.

Por que o povo de Nazaré não o escutou e passou da admiração (Lc 4, 20) à rejeição total a Jesus? Certamente porque os nazarenos tentaram dispor do poder de Jesus em seu proveito, e se revoltaram quando o Mestre lhes faz compreender que não há limites para o poder de Deus e que Nazaré não é o único lugar designado para os mistérios da salvação. Alguns dos seus interesses foram atingidos e algumas expectativas frustradas. No fundo tentaram se apoderar do profeta, capturá-lo; fazendo dele um objeto de glória daquela pequena aldeia.

De um lado, nesta cena, Jesus está sob a ameaça de uma possível captura, prestes a ser encaixado na série de interesses que forma o tecido social de Nazaré. De outro, emerge a extrema liberdade de Jesus, pois Ele não se preocupa com o próprio sucesso, com o que lhe poderia acontecer, com a má fama que aquele primeiro encontro poderia espalhar pelos povoados vizinhos; menos ainda se preocupa com as pessoas que não irão mais procurá-lo e não o convidarão mais. Jesus fala livremente, provoca os seus ouvintes lembrando-lhes que existem outros confins, outros interesses do Reino muito mais vastos; lembra-lhes que os pagãos valem muito mais do que aquela aldeia, porque podem ser merecedores de uma particular presença de Deus.

Jesus se viu derrotado, expulso, não ouvido, não aceito; no entanto prosseguiu o seu caminho rumo a Jerusalém, pois não estava preocupado com o sucesso pessoal. Queria somente anunciar o Reino e selar o seu amor até o fim.

Como evangelizador Jesus é dotado de uma absoluta e profunda liberdade de espírito que contempla o mistério de Deus e todo o mundo. Esta liberdade lhe dá, desde o começo, uma estatura profética totalmente fora daquela de um pequeno pregador de aldeia, a estatura de quem leva a si mesmo e a sua liberdade para o mundo porque tem diante de si os horizontes de Deus.

À luz deste trecho evangélico, aprendemos que evangelizar não é antes de tudo fazer algo e obter algum resultado imediato, mas participar da liberdade de Jesus e dos seus vastos horizontes. Vemos que Jesus anuncia a liberdade e um novo estilo de vida para o ser humano, revela a todos a presença habitual do Reino de Deus (Lc 4,18-19). A mensagem libertadora de Jesus é ele mesmo.

Chamando-nos a evangelizar e apascentar, o Ressuscitado deseja que participemos da sua vida e da sua liberdade. Acostumados a valorizar quase exclusivamente a eficácia e o rendimento, esquecemos que o evangelho fala de fecundidade, não de esforço, porque Jesus entende que a lei fundamental da fidelidade a Ele não se reduz apenas ao que fazemos, mas exige, de nossa parte, a acolhida da vida nova que Ele nos oferece. Muito mais do que dizer e fazer algo, evangelizar e apascentar, é antes de tudo estar e ser com Ele, participar da sua liberdade e missão.

Antes de pensar no que devemos fazer, dizer, quais resultados obteremos com esta ou aquela estratégia pastoral, é preciso que sejamos participantes da missão de Jesus e da sua liberdade que lhe vem da condição de ser o Filho amado de Deus. Quero ser livre para anunciar o evangelho! O Evangelho é inegociável. Jamais poderemos ajudar, libertar, pacificar os outros se antes nós mesmos não formos libertados, pacificados, salvos pela presença de Jesus, por nossa permanência nele como libertador e salvador.

“O Deus que ungistes o vosso Filho único com o Espírito Santo e o fizestes Cristo e Senhor, concedei que, participando da sua consagração, sejamos no mundo testemunhas da redenção que ele nos trouxe.”

 

Homilia pronunciada durante a Missa da Unidade, na Catedral do Divino Espírito Santo – Divinópolis, 29/03/24.

Dom Geovane Luís da Silva – Bispo Diocesano 

 

Assista a Homilia proferida pelo Bispo Diocesano, através de nosso canal no Youtube.

[1] Oração Eucarística Sobre Reconciliação II

[2] Cerimonial dos Bispos, 274.

[3] EG 259

[4] Goffredo Boselli, O sentido espiritual da liturgia, CNBB, 2014, 23.

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