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Mensagem para a Páscoa de 2014

Estamos vivendo na liturgia e no cotidiano de quem crê a experiência da páscoa de Jesus e da páscoa dos discípulos que o seguem e do mundo que Ele redimiu. As palavras parecem frias e sem muito sentido, mas estamos diante de mistério fecundo e fundamental.

A páscoa de Jesus põe novos horizontes às criaturas humanas e ao mundo, marcados pelo pecado, pelo sofrimento e pela morte. A partir deste evento de fé, que é a ressurreição do Crucificado, somos arrancados do medo da morte e do terror do fim. Somos intimados a entender que será posto sobre nosso corpo morto o mesmo poder ressuscitador do Pai, que jamais abandona os filhos amados que, como Jesus, na fidelidade de todos os dias e na obediência até a morte, constroem sua passagem neste mundo na comunhão profunda e irrenunciável com o Pai. “Na casa de meu Pai há muitas moradas (…). Quando eu tiver ido e vos tiver preparado um lugar, voltarei e vos levarei comigo, de tal modo que onde eu estiver estejais também vós” (Jo 14,2s), diz Jesus, querendo fazer-nos entender que quem é do Pai enquanto vive também será dele na morte, ou melhor, quem é do Pai e vive do Pai e para o Pai não morre jamais: vive neste mundo e depois vive na eternidade do Pai. Esta é a certeza de fé que a páscoa da ressurreição do Senhor Jesus põe nos corações dos “discípulos amados” que são capazes de correr ao túmulo, vê-lo vazio e crer que a morte fora vencida. Ao longo do período pascal, que termina com o derramamento do dom prometido, o dom do Espírito Santo, a Igreja é chamada a se alegrar e a ver, com os olhos de quem crê, a presença nova do Senhor no meio dos seus e, como os caminheiros de Emaús, sentir o coração ardendo enquanto ele continua nos falando na liturgia e caminhando conosco pela fé. Que nossa vida e nossa presença de discípulos e discípulas neste mundo atormentado pela descrença e pela crença confusa sejam capazes de revelar aos que nos virem esta nova forma de Jesus estar com os seus.

 

Quando a Igreja disser, rezando e crendo, “Ele está no meio de nós”, os que nos forem próximos e não conheçam nem amem a Jesus possam inquietar-se pela forma como encaramos a vida e a morte, como temos um futuro carregado de esperança, como trazemos no peito a certeza de que um dia veremos e estaremos com Deus, como somos capazes de esperar além e acima das meras esperanças humanas e terrenas.

 

Desejo a todos aqueles que fazem parte da grande família da Diocese de Divinópolis, as melhores graças, reservadas aos que creem que a sepultura vazia do Crucificado morto não significa uma ausência ou um sumiço, mas significa que o Jesus da história, que cabia só num espaço e num tempo determinados, é também o Cristo da fé, que misteriosamente faz-se presente, com a mesma intensidade e com a mesma proximidade, a todos os que sabem ler num túmulo vazio o poder de um Deus que não deixa morrer os que Ele ama. Que a Páscoa de Jesus e nossa participação nela nos alegre profundamente e nos ajude a realizar as páscoas menores e penúltimas até que chegue a última e definitiva páscoa, quando seremos para sempre moradores da casa do Pai.

 

 

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Monsenhor José Carlos – Bispo Eleito de Divinópolis

 

 

 

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