Maria e a Ressurreição
Maria de Nazaré era filha de Ana e Joaquim. Uma moça simples e pobre, nascida na pequena cidade de Nazaré, na região da Galileia. Uma jovem que tinha fé e vivia, no meio do povo de Israel, a expectativa da vinda do Messias, o Salvador. Ela fazia parte desse povo que foi construindo uma prática religiosa a partir dos acontecimentos e manifestações de Deus na vida.
Maria era simples e pobre, mas não desconhecia as verdades de fé do seu povo. Ela tinha fé em Deus e, quando recebeu o anúncio da proposta de Deus pra sua vida, quis entender melhor do que se tratava e como iria acontecer. Depois de ouvir a explicação do anjo Gabriel, ela compreendeu. E assim teve forças para aceitar. Disse um sim que mudou a história da humanidade e ajudou para o cumprimento da promessa de amor de Deus. Que confiança e que fé sólida tinha essa jovem moça.
Claro que ela deve ter se preocupado com a responsabilidade e com o que começou a acontecer na sua vida dali em diante, mas isso não deixou que ela fraquejasse, porque a esperança em Deus era muito grande.
Ela casou-se com José, um homem bondoso, justo e de fé. Que também aceitou a proposta divina e colaborou para a história da Salvação. Maria teve seu filho e, junto de seu marido, providenciou um lar, uma família para acolher o Menino Jesus e encher a vida d’Ele de amor e carinho. Quanta alegria ela deve ter sentido pela presença desse Menino Deus em sua vida, como todas as mães que se alegram com o amor dos filhos. Cuidou do menino, alimentou, ensinou-o a andar e a falar. Foi, junto de José, as mãos de Deus na vida de Jesus, assim como os pais o são em nossa vida.
Quando Jesus começou Sua vida pública, Maria continuou junto d’Ele, seguindo Seus passos e ouvindo Seus ensinamentos… Deve ter ficado admirada muitas vezes por ver a graça de Deus se realizar através de Seu Filho querido e amado. E, quando Jesus começou a incomodar as autoridades daquele tempo, certamente ela se preocupou. Foi entendendo a missão de Seu Filho, mas certamente seu coração se inquietava. E sofreu ao ver Seu filho anunciando apenas o amor, não ser compreendido e, pior de tudo, ser perseguido. Acabar sendo preso e martirizado.
Como deve ter doído no coração de Maria ver o martírio de Seu Filho querido. Aquele que ela carregou por nove meses no seu ventre, que foi a sua criança, ser chicoteado, humilhado, carregar uma cruz debaixo de insultos e açoites. E depois, pregado na cruz, ferido, massacrado. Seu filho querido, o fruto de seu ventre…
Quando Jesus morreu, ela deve ter sentido a maior das dores. E, depois, entre a morte e a notícia da ressurreição, Maria deve ter ficado pensando, como sempre fazia, em todas as coisas que aconteceram, no que Deus havia lhe dito 33 anos antes… Mulher sábia, deve ter ficado imaginando o que iria acontecer dali em diante. Ela, mais do que todos, sabia que seu filho tinha algo de especial. Alguma coisa que não deixava sua esperança morrer.
Imaginemos o que Maria sentiu quando chegou depois a notícia de que o túmulo estava vazio. A esperança começou a se tornar mais forte. E depois, quando Jesus apareceu a ela e aos discípulos, teve a certeza plena do cumprimento da promessa de Deus.
Maria é feliz porque aceitou Deus em sua vida e acreditou. E tomou parte para que a promessa de Deus se realizasse. Se na morte de Jesus, ela sentiu a maior das dores, diante da ressurreição certamente sentiu a maior das alegrias!
Maria nos leva a acreditar que vale a pena manter a esperança em Deus. Quando pensamos em Maria diante da morte e da ressurreição de Jesus, podemos imaginar o sentimento de esperança que ela sempre conservou no coração, porque acreditava em Deus.
Padre Guilherme da Silveira Machado é administrador paroquial na Paróquia de São Sebastião, em Leandro Ferreira. Apresenta os programas Caminhada na Fé, toda sexta-feira, às 14:00 horas, na Rádio Divinópolis AM 720 e Momento Mariano, aos domingos, ao meio-dia, na Rádio Santana FM 96,9.