Instrumentos que falam de Deus
Cada instrumento, na sua especificidade, pode nos levar a Deus. Desde os mais simples até os mais sofisticados e modernos. Há os de sopro, ou percussão; eletrônicos ou não. Enfim, os sons melodiosos, vindos dos acordes, são como anjos que nos aproximam do céu e nos levam a Deus.
Em nossa Diocese há muitos padres com diversos dons. Há os que cantam muito bem e há também aqueles que tocam, belissimamente, seus instrumentos. Há alguns que superam a normalidade e tocam até dois instrumentos de uma só vez. Assim faz o Padre Adilson Neres Vieira, que nas suas missas costuma tocar gaita e violão ao mesmo tempo. Acompanhando o Terço dos Homens na Diocese, ele sempre leva consigo os instrumentos por onde é convidado a presidir a eucaristia e, no momento após a comunhão, ele executa, pela gaita, lindas canções do estimado Padre Zezinho. Canções que nunca deveriam ser esquecidas e por ele são relembradas. A assembleia toda se encanta e nesse encanto, eleva uma prece a Deus, através das músicas que se tornam orações de louvor e ação de graças. Mais que um Sacerdote, Padre Adilson Neres é também um grande compositor. Foi ele quem compôs o hino do Terço dos Homens, que é cantado por toda a Diocese e também fora dela. Desde o tempo de seminário – convivi com ele durante um ano em Belo Horizonte – ele já compunha suas canções e nas missas diárias, na capela do seminário, as cantava juntamente com todos nós, seminaristas. Lembro-me, agora, também, de um grande companheiro de turma do tempo de seminário, Padre Cláudio Gonçalves da Silva. Além de Sacerdote, Padre Cláudio também é um grande compositor e instrumentista. Durante o tempo de seminário, ele cantava, também, nas missas suas composições e, assim, aprendíamos tantas delas. Desde as mais eruditas como as mais simples. Quanta facilidade ele tem em compor suas músicas!
Tenho até vergonha de falar, mas eu me arrisco em algumas notas na flauta doce e quando isso acontece, sinto aproximar-me mais do céu, através das melodias simples que saem do instrumento. Ao ouvir ou executar instrumentos musicais, delicadamente, é como se viajássemos para um lugar distante, mas que na verdade se torna perto, porque nos aproximam dAquele que nos quer perto dEle….Deus!
Os sons harmoniosos de cada instrumento fazem com que apreciemos mais, ainda, a beleza da celebração eucarística. Como é bom em nossas celebrações ouvirmos belíssimas notas bem executadas, tanto pela experiência como também pelo volume adequado de cada instrumento. O que faz com que a música seja melodiosa e agradável aos ouvidos de quem a recebe, não é o volume, mas a suavidade na sua execução. Instrumento alto não é sinal de música bem executada. Cantar alto não é sinônimo de cantar bonito. Quanto mais suave for a canção, mais agradável se torna aos nossos ouvidos e ao nosso coração, e nos levará, de fato, a uma intimidade com Deus. Quanto mais suave e clara, sair cada nota, mais forte e vibrante ficará o nosso coração ao receber sons melodiosos que nos falam de Deus.
Por: Padre Aldair Custódio da Silva