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Em tudo, por tudo e por todos, damos graças!

Todos pedem. Poucos agradecem. Queremos ser destes poucos. Acreditamos que agradecer faz bem a quem recebe e a quem dá! Nossa vida é feita de amor que circula, de amor que vai e vem. Somos uns pelos outros. Precisar e pedir é algo tão humano. Ninguém é completo. Ninguém é auto-suficiente. Ninguém é inteiro. Reagir e ajudar também é algo que cabe no nosso “orçamento humano” e nos faz bem, faz-nos úteis e importantes. As necessidades humanas são de toda ordem: um conselho, um abraço, uma correção, um estímulo, uma dose de atenção, um olhar de amor… Podemos, de repente, estar na lista dos necessitados, e, às vezes, antes do que imaginamos, ou podemos ser os mais próximos dos que precisam de alguém. Somos criaturas em constante enfrentamento com a vida, com a liberdade, com as responsabilidades, com os revezes, com os fracassos, com as surpresas… Viver é uma aventura. Uma aventura fascinante. Quando menos esperamos, caímos. Quando menos esperamos, estamos refeitos e prontos para a próxima. Isso sem contas e sem planos. Sofremos mais se sofremos sozinhos. Vencemos pouco se queremos enfrentar sozinhos. Juntos somos mais. Juntos somos nós. Aí, aquele amor que circula, começa a funcionar. Quem está de pé ou em posição melhor antecipa-se para apresentar a mão e o coração, sabendo que um dia, talvez naquele mesmo dia, precisará também de uma mão e de um coração. Ninguém é onipotente. Ninguém é deus. Talvez um “deus grego”, se for muito bonito. Bonito, mas de carne e osso. Tão vulnerável como os demais. Então, não há melhor atitude que a de estar sempre pronto a pedir ajuda e a oferecer ajuda.

Neste dia, queremos, num gesto profundamente humano e sincero, reconhecer que fomos ajudados, que muitas mãos e corações se estenderam na minha direção, sobretudo nos momentos mais difíceis, e na direção de nossos sacerdotes, nossos religiosos, nossas paróquias, comunidades e diocese, ao longo do ano que terminou. Queremos celebrar que o amor cumpriu sua destinação de dividir-se, de ir ao encontro, de partilhar os dons e as labutas. Reconhecemos que sozinhos ou só entre nós não teríamos dado conta de sustentar-nos na vocação de ser padre e de ser Igreja. Foram muitos que escutaram nosso pedido de socorro e vieram em nosso auxílio. Queremos agradecer porque aqui os dons circularam em favor dos irmãos. Aqui a fé e o amor não permitiram que sofrêssemos na solidão, mas arrebentou as amarras do egoísmo, do constrangimento e da vaidade e virou amor aberto, amor partilhado, amor generoso.

A todos que estiveram conosco, como membros ou como colaboradores nos trabalhos pastorais, nos projetos e iniciativas, nas celebrações e encontros, nos ofícios e instâncias diversas, na cúria diocesana, na coordenação de pastoral e do centro pastoral, na acolhida, na alimentação e na limpeza, no tribunal eclesiástico, no economato, no site, na casa episcopal, nas paróquias, nas comunidades… a todos queremos desejar todo o bem que se deseja a um irmão e irmã de caminho e de missão. Somos muitos, em muitos postos e tarefas, mas todos importantes e necessários. Ninguém maior, ninguém menor, apenas diferentes nos dons e serviços. Queremos dizer uns aos outros um muito obrigado por tudo que nossa história permitiu que construíssemos juntos. A missão foi menos difícil, nossos ideais e metas foram refeitos mais de uma vez, nossos problemas foram mais suportáveis… Tudo isso porque o amor circulou entre nós. Obrigado a todos e obrigado por tudo. Um abençoado ano com a presença d’Aquele que conhece e perscruta os corações e é exemplar no amor e na solidariedade com os irmãos.

 

 

Dom José Carlos

Bispo de Divinópolis

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