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25 de dezembro de 2019

Comentário ao Evangelho do Natal de Jesus (Jo 1,1-5.9-14) – 25/12/19

 

1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2No princípio estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. 9Era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. 10A Palavra estava no mundo — e o mundo foi feito por meio dela — mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. 14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade.

 

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

 

Comentário do Padre Guilherme

 

O início do quarto Evangelho apresenta um trecho (versículos 1 ao 18), do qual estes versículos foram tirados, que costuma ser chamado de “prólogo”. Prólogo significa uma introdução, uma pequena explicação do que será contado depois. O evangelista faz como que um resumo do que irá falar depois em seu escrito. Fala coisas profundas a respeito da Santíssima Trindade. Já inicia seu escrito com as palavras “No princípio”. Essa expressão, na verdade, é uma repetição das primeiras palavras do livro do Gênesis. João quer dizer que a existência da segunda pessoa da Santíssima Trindade, Jesus, vem desde o início absoluto da história, antes da criação do mundo. Ou seja, desde a eternidade.

 

Palavra e Verbo são também nomes que servem para falar de Jesus, que existe em comunhão com as outras duas pessoas da Trindade, mas sendo uma pessoa distinta. Em escritos do Antigo Testamento é dito muitas vezes sobre a existência dessa pessoa, Palavra de Deus, através de Quem tudo o que existe foi criado (Sl 33,6.9; 147,15-18; Is 40,26; 48,3; Sb 9,1.9; Gn 1,3). Toda a atividade criadora é obra do Pai e do Filho. Por isso, é dessa segunda pessoa, Verbo de Deus, Palavra de Deus, que vem também a vida do ser humano. Assim, nessa pessoa está a fonte de tudo que pode levar o ser humano a viver de forma plena. Por ser a Palavra, a fonte da vida, é também a luz que pode indicar para todos o caminho para uma vida verdadeira.

 

Mas a humanidade não compreendeu e nem acolheu a primeira manifestação da Palavra de Deus, que aconteceu na criação. Assim, foi necessário que essa segunda pessoa da Trindade viesse ao mundo. E isso se deu pela encarnação no ventre de Maria, através do homem Jesus Cristo. Ele é a manifestação suprema de Deus no meio da humanidade. Por se tratar de um ser humano como os outros, é uma maneira de Deus falar aos homens na linguagem humana, do jeito humano.

 

Pela fraqueza humana e inclinação ao pecado, novamente houve rejeição por parte de muitos. Jesus não foi bem acolhido. Pelo contrário, sofreu grande perseguição e morreu de forma violenta, covarde e injusta.

 

Esta nova manifestação divina no meio dos homens, entretanto, não foi totalmente rejeitada. Houve quem acolhesse Jesus. E todos os que acreditarem n’Ele e O seguirem têm possibilidade de se tornarem filhos de Deus. É um novo nascimento, não pela carne, mas um nascimento sobrenatural, espiritual.

 

Jesus Cristo é Deus se aproximando de maneira total da humanidade, vivendo no meio dela. Quem O recebe e acredita n’Ele tem possibilidade de contemplar e experimentar a glória de Deus. Em Jesus a humanidade estragada pelo pecado pode se redimir, reassumindo na vida sua verdadeira vocação.

 

Jesus Cristo é Deus agindo no mundo para resgatar aqueles que, pelo pecado e pela influência do mal, correm o risco de se perder. N’Ele se encontra o caminho para a salvação.

 

Padre Guilherme da Silveira Machado é administrador paroquial na Paróquia de São Sebastião, em Leandro Ferreira.

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