Comentário ao Evangelho do 4º Domingo da Páscoa (Jo 10,11-18) – 26/04/15
Naquele tempo, disse Jesus: 11“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas.
12O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa.
13Pois ele é apenas um mercenário que não se importa com as ovelhas.
14Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem,
15assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas.
16Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir; elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.
17É por isso que meu Pai me ama, porque dou a minha vida, para depois recebê-la novamente.
18Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente; essa é a ordem que recebi de meu Pai”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Comentário do Padre Guilherme
Esse trecho do Evangelho de João faz parte de um discurso no qual Jesus revela Seu mistério. Essa imagem de pastor e ovelhas aparece muitas vezes em escritos do Antigo Testamento para descrever a relação de Deus com a humanidade. E também para falar sobre o Messias que era esperado.
O trabalho de um pastor exige que ele permaneça junto do rebanho. É preciso acompanhar, guiar e proteger as ovelhas, que são animais muito mansos e, por isso, vulneráveis. Jesus assumindo a condição humana é como um pastor que permanece junto de suas ovelhas. Ele acompanha, orienta e conduz a humanidade no caminho para a vida eterna.
A fala sobre falsos pastores, podemos identificar como um alerta contra os chefes judaicos, sobretudo os religiosos daquele tempo. Um mercenário é alguém que só tem interesses egoístas. Assim eram os chefes religiosos do tempo de Jesus, que buscavam ter importância, ser influentes e se beneficiar da fé das pessoas.
E o povo se identificava mais com as coisas que Jesus ensinava. O que Ele dizia tocava o coração das pessoas, despertava nelas a esperança e o desejo de uma vida diferente e melhor. Fazia bem ouvir Jesus. Eram como ovelhas reconhecendo seu pastor.
Jesus é um pastor que ama a ponto de ser capaz de entregar Sua vida por causa de Suas ovelhas. Por isso podemos entender que na obediência à vontade do Pai se encontra também Sua liberdade. Quem acredita profundamente no amor divino passa a entender que para ser livre basta fazer a vontade de Deus. Se Ele ama infinitamente, em Sua vontade jamais será permitido o sofrimento de quem O ama. No fim das contas, os sofrimentos desta vida passam a ser insignificantes se comparados à grandeza desse amor infinito.
Jesus fala também da universalidade de Sua missão. Ele veio para trazer a salvação a toda humanidade. Não apenas para as pessoas daquele tempo ou somente para o povo de Israel. As outras ovelhas, de outros lugares e tempos também são destinatárias da salvação. Todo ser humano é capaz de ouvir a voz de Deus em Jesus. E, ouvindo essa voz, reconhecer nela o pastor que conduz à vida eterna.
Padre Guilherme da Silveira Machado é administrador paroquial na Paróquia de São Sebastião, em Leandro Ferreira. Apresenta os programas Caminhada na Fé, toda sexta-feira, às 14:00 horas, na Rádio Divinópolis AM 720 e Momento Mariano, aos domingos, ao meio-dia, na Rádio Santana FM 96,9.