Comentário ao Evangelho do 23º Domingo da Tempo Comum (Mt 18,15-20) – 06/09/20
Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: 15“Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. 16Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. 17Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como um pagão ou um pecador público. 18Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19De novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está nos céus. 20Pois, onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Comentário do Padre Guilherme
Neste trecho, Jesus ensina aos discípulos como solucionar questões que podiam surgir na vida comunitária. Ele parece querer acalmar o ímpeto dos primeiros seguidores, que poderiam querer exigir o afastamento imediato de alguém que caíssem em situação de pecado. Ainda que a conduta pecaminosa seja motivo justo para não se querer conviver com o pecador, é necessário ter misericórdia e dar oportunidades de mudança de vida. A conversão a partir de uma correção fraterna é vitória para a comunidade de fé.
O itinerário deve partir de uma correção particular, depois com a presença de um pequeno grupo e, em último caso, com a participação da comunidade inteira. Deve-se esgotar todas possibilidades de recuperação. Somente após essas tentativas poderia ser cogitado o afastamento. Essa perseverança no resgate do pecador é reflexo da ação de Deus, que não desiste facilmente da conversão de ninguém, dando chances e oportunidades.
E Jesus repetiu o ensinamento antes dado a Pedro, sobre o poder de interferência nas coisas da terra e do céu. A presença de Deus se realiza a partir do momento que a oração é feita em conjunto e no nome de Jesus. Para o povo de Israel, quando se reuniam em meditação das Escrituras, o Senhor se fazia presente. Como Jesus, a presença é mais real. Não é mais apenas palavra escrita, mas presença real, viva e verdadeira.
Padre Guilherme da Silveira Machado é administrador paroquial na Paróquia de São Sebastião, em Leandro Ferreira.