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5 de dezembro de 2014

Comentário ao Evangelho do 2º Domingo do Advento (Mc 1,1-8) – 07/12/14

1Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.
2Está escrito no Livro do profeta Isaías: “Eis que envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho.

3Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!’”
4Foi assim que João Batista apareceu no deserto, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados.

5Toda a região da Judéia e todos os moradores de Jerusalém iam ao seu encontro. Confessavam seus pecados e João os batizava no rio Jordão.
6João se vestia com uma pele de camelo e comia gafanhotos e mel do campo.

7E pregava, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. 8Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”.

 

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

 

 

Comentário do Padre Guilherme

 

O evangelista Marcos inicia seu relato contando desde quando a Boa Nova da salvação começou a ser anunciada. E isso foi a partir da pregação de João Batista que, embora não sendo ainda o anúncio propriamente dito, é já sua preparação. É sinal da ação de Deus cumprindo Sua promessa, conforme a citação do livro do profeta Isaías.

João convida as pessoas para um batismo de purificação dos pecados. Na cultura judaica eram comuns os banhos rituais, ocasiões em que as pessoas se lavavam com água como sinal da limpeza espiritual. Existia um rito onde a pessoa era mergulhada na água significando sua entrada na religião. Mas o mergulho que João oferecia era diferente do realizado pelos judeus. Primeiro, por ser oferecido a todas as pessoas. Segundo, por ser realizado apenas uma vez na vida. E era um batismo que exigia a conversão, levando à busca do perdão dos pecados.

João Batista deixava claro que não era o Messias, mas apenas uma voz que Lhe preparava o caminho. Seu batismo era humano, terreno, feito apenas com água. Era uma preparação. Já o Batismo do Messias iria ser definitivo, porque feito com a força do Espírito Santo e capaz de conduzir à salvação. O que diferencia os dois batismos é a ação do Espírito Santo em Jesus. A nova humanidade é caracterizada pela ação do Espírito, concedido por Aquele que o possui em plenitude.

A citação do profeta Isaías, do Antigo Testamento, mostra bem a função de João Batista na história da Salvação. Com o início de sua pregação, inicia o tempo decisivo trazido pela vinda do Senhor. Esperar pela vinda do Messias já era começar a agir e viver de certa forma com os sentimentos que Ele traria.

O jeito austero e exigente do Batista, com suas roupas e hábitos diferentes, chamava a atenção de todos. Inclusive do rei Herodes. E foi isso que acabou levando à sua prisão e morte violenta.
É interessante observarmos que antes, quando Maria grávida foi visitar sua prima, o profeta ainda na barriga de Isabel já exultou de alegria pela chegada do Messias. A vida inteira de João Batista, desde o ventre materno, foi uma missão de anúncio da chegada do Salvador.

Para nós, a figura de João Batista continua a ser importante. Uma vez que vivemos na espera da segunda vinda do Senhor, a voz do profeta ainda ecoa nos animando e convocando ao arrependimento dos pecados, busca da conversão e a assumirmos nosso Batismo, que aconteceu pela força do Espírito Santo. Assim, teremos força de continuarmos esperançosos e confiantes dizendo: “Vem, Senhor Jesus!”

 

 

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*Padre Guilherme da Silveira Machado é vigário paroquial na Paróquia de N. Sra. do Carmo, em Carmo do Cajuru. Apresenta os programas Caminhada na Fé, toda sexta-feira, às 14:00 horas, na Rádio Divinópolis AM 720 e Momento Mariano, aos domingos, ao meio-dia, na Rádio Santana FM 96,9.

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