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10 de agosto de 2017

Comentário ao Evangelho do 19º Domingo da Tempo Comum (Mt 14,22-33) – 13/08/17

Depois da multiplicação dos pães, 22Jesus mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem, à sua frente, para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. 23Depois de despedi-las, Jesus subiu ao monte, para orar a sós. A noite chegou, e Jesus continuava ali, sozinho. 24A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. 25Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. 26Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo. 27Jesus, porém, logo lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” 28Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”. 29E Jesus respondeu: “Vem!” Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. 30Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: ‘Senhor, salva-me!” 31Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?” 32Assim que subiram no barco, o vento se acalmou. 33Os que estavam no barco prostraram-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”

 

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

Comentário do Padre Guilherme

 

Este trecho conta sobre uma manifestação que ocorreu logo em seguida do episódio da multiplicação dos pães e peixes. É uma demonstração de Jesus aos discípulos de que não era apenas um homem que conseguia realizar prodígios como multiplicar alimentos ou realizar curas. Ele mostrou que era o que os discípulos professaram no final: o Filho de Deus.

Jesus mandou que os discípulos partissem no barco enquanto ele ficava despedindo a multidão. Nisso, pode-se ver uma intenção de diminuir um pouco o entusiasmo dos discípulos com a multiplicação dos pães. E, depois de mandar que a multidão também fosse embora, Jesus ficou rezando, sozinho, por algum tempo enquanto os discípulos navegavam.

O evangelista diz que a madrugada já avançava. É fácil entender como todos esses acontecimentos se prolongaram até tão tarde. A multiplicação dos pães e peixes acabou se transformando em uma confraternização de um grande número de pessoas. Levou muito tempo até que a comida fosse distribuída à multidão e que eles terminassem de comer. Depois, mais tempo ainda para que o restante dos alimentos fosse juntado e que todos se retirassem.

Os discípulos ficaram sozinhos. A ocasião foi propícia para que Jesus, através de um sinal, pudesse revelar a eles a sua divindade. O sinal de caminhar sobre as águas foi uma demonstração de domínio sobre as forças da natureza. Atribuição que é somente de Deus.

Estando em um barco, no meio do mar, e, ainda por cima, no escuro, os discípulos viram alguém caminhando sobre as águas. Não reconheceram quem era e pensaram que só poderia ser um fantasma se aproximando deles. Jesus Se anunciou e convidou a não sentirem medo. Ainda, assim, eles não tiveram certeza de que fosse realmente o Mestre.

Pedro, então, pediu uma demonstração: que também conseguisse caminhar sobre as águas. Jesus atendeu ao pedido e o chamou. Pedro saiu do barco e também começou a andar sobre as águas. Mas, ao dar atenção ao vento que soprava, sentiu medo, perdeu a fé e começou a afundar. Em outras situações da vida de Jesus, Pedro tem uma participação que nos mostra que a fé dos discípulos é questionada e provada. Ele demonstra ter fé, mas ainda é uma fé que precisa ser amadurecida.

Jesus tem o poder de dominar até as forças mais temíveis. Com ele é possível seguir caminhando até mesmo sobre as águas mais agitadas de nossa vida. Entretanto, nas situações de incerteza e insegurança, não devemos deixar que nossa atenção se desvie do Mestre que nos chama, sob o risco de também afundar no meio dos problemas.
Quando Pedro começou a afundar, chamou por Jesus, que lhe estendeu a mão. Essa mesma mão está sempre estendida a nós, em nossas tribulações.

Com Jesus no barco, o vento acabou. Esse barco nos leva a pensar na Igreja, que é nosso instrumento para atravessar as águas incertas da vida. É preciso coragem e confiança na presença de Deus, que vem a nós, em Jesus. Porque é uma presença que faz cessar os ventos contrários e nos capacita a caminhar, apesar de nossas limitações.
Podemos relacionar este trecho com o relato da tempestade acalmada (Mt 8,25-26). Nas duas passagens, a presença de Jesus é capaz de acabar com as forças contrárias. Nos dois episódios, para que o vento parasse, foi necessário ter fé.

As tribulações da vida podem se tornar ocasiões de se sentir a presença de Jesus. Sempre que nosso barco está sendo agitado e nos sentimos em situação de risco, o caminho a fazer é chamar por Jesus, ouvir sua voz, confiar no que ele ensina e seguir em frente, com a atenção fixa nele.

 

 

Padre Guilherme da Silveira Machado é administrador paroquial na Paróquia de São Sebastião, em Leandro Ferreira. Apresenta os programas Caminhada na Fé, toda sexta-feira, às 14 horas, na Rádio Divinópolis AM 720 e Momento Mariano, aos domingos, ao meio-dia, na Rádio Santana FM 96,9.

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