No  dia 05 de julho, a Igreja Católica Apostólica Romana viveu um dia de intensa alegria. Sua Santidade, o Papa Francisco, noticiou ao mundo que os papas João XXIII e João Paulo II foram reconhecidos como santos.
Nós, os católicos, recebemos essa notícia com grande júbilo, visto que se trata de duas pessoas muito significativas no cenário da Igreja da atualidade. João XXIII, considerado o “papa bom”,  foi quem convocou o Concílio Vaticano II e abriu as portas da Igreja para o diálogo com a Modernidade. João Paulo II, o “papa da paz”, foi um instrumento visível desse diálogo entre as diversas religiões, culturas e a transparência de uma pessoa carismática, capaz de aglomerar em torno de si, desde as crianças, passando pelos jovens, até aos mais idosos.

Em visita à Itália, constatei que os italianos amam o papa João XXIII, devido à sua personalidade carismática, no meio das pessoas. Esperavam ansiosos por essa canonização. Não há como estudar História da Igreja e passar despercebido por ele, pois fez o que ninguém esperava. Convocou um Concílio para que a Igreja pudesse repensar sua postura frente aos desafios da atualidade. No início da década de 60, mostrou ao mundo que a Igreja não está fora da realidade, apesar de não concordar com tudo. Graças à sua inspiração, o Espírito Santo pôde soprar e retirar a poeira que estava por cima das realidades ultrapassadas.

Quanto ao papa João Paulo II, é uma personalidade mais conhecida entre nós, pela proximidade dos nossos dias. Mostrou que um líder religioso pode fazer muito mais do que estar à frente de uma instituição. Além de reunir vários líderes religiosos e mostrar que somos todos irmãos, porque filhos do mesmo Pai, sempre foi uma presença forte, em várias partes do mundo. Foi o que mais viajou, até pela facilidade que temos atualmente para nos deslocar, de modo que se mostrou peregrino e a caminho com todo o povo a ele confiado  pelo Senhor.

Boa parte dos papas são reconhecidos como santos pela Igreja. Não se trata apenas do fato de estarem ligados diretamente à Instituição que faz esse reconhecimento. É graça do Espírito Santo, que continua seu trabalho, dentro da Igreja, na confirmação daqueles que são escolhidos para cuidar do rebanho do Bom Pastor, Jesus. Que nossos santos papas João XXIII e João Paulo II nos ajudem a marcar a realidade com bondade e paz, sempre!

Por: Padre Daniel Leão