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Pentecostes, ontem e hoje!

“Não se pode entender a Vida Cristã sem o Espírito Santo: não seria Cristã. Seria uma vida religiosa, pagã, piedosa, que crê em Deus, mas sem a vitalidade que Jesus quer para seus Discípulos. E o que dá a vitalidade é a presença do Espírito Santo em nós”.

Papa Francisco

O medo tomara conta dos discípulos… 

Mesmo o doce perfume que exalara do sepulcro vazio quando Maria Madalena, Pedro e João foram e não encontraram o Senhor parecia já não mais existir…

Mesmo diante da constante presença do Ressuscitado no meio da Comunidade a dizer: "A paz esteja convosco!" A incerteza falava mais alto…

A ordem dos poderosos, frios e perversos, era: "Todos aqueles que seguem os ensinamentos deixados por Jesus também devem morrer!"

Apesar de todo medo, da ausência do perfume da Ressurreição, da falta de paz, da incerteza, da perseguição, da insegurança… os discípulos eram teimosos e permaneciam reunidos, sentiam-se confusos, já não sabiam o que fazer, nem conseguiam compreender bem o que Jesus lhes ensinara.

As suas vidas estavam como que parada no tempo, não sabiam o que pensar, como sair daquela situação. Viviam como foragidos, apavorados com o presente e o com o futuro.

Mesmo que não compreendiam o que estavam vivendo, a Comunidade dos Discípulos era teimosa. Permaneciam unidos na fé, em profunda oração, constantemente, um sendo apoio para a fragilidade e fraqueza do outro.

Junto aos Discípulos, a grande força vinha da Mãe de Jesus, a Virgem Maria que, com certeza, lhes dava palavras de força e coragem apesar de não verem nada, a não ser muitos obstáculos.

  Naquela oração suplicante e de entrega,  aconteceu o que Jesus lhes havia prometido: enviou o Espírito Santo. Um Espírito de Amor, Paz, Fortaleza e todos os outros dons que mais precisavam.

O Espírito Santo de Deus vem como línguas de fogo que ardem e aquecem os corações petrificados e até mesmo congelados dando novo ânimo e vigor!

O Espírito Santo de Deus vem como o vento que abre as portas e janelas e, acima de tudo, as portas interiores dos discípulos dando coragem.

De repente eles deixaram de ter medo, sentiram novamente o doce perfume da vida, recuperaram a paz e a segurança mesmo diante dos conflitos que estavam por vir.

Passaram a ter compreensão sobre tudo o que Jesus lhes havia dito e o que Jesus lhes pedia para suas vidas, ou seja, qual era a vocação a que foram chamados e enviados.

Precisavam do Espírito Santo para realmente verem, escutarem, falarem, agirem conforme a Palavra.

Enfrentaram perseguições, doenças, morte dos amigos por serem apenas Cristãos… Mas o medo e o desânimo já não os oprimia. Entregavam tudo para a maior Glória do Pai.

Quando o medo queria voltar, oravam e pediam para que Jesus enviasse o Espírito Santo e os seus Sete Dons: Fortaleza, Sabedoria, Ciência,   Conselho, Entendimento, Piedade e Temor de Deus.

 

Pentecostes é atual! Deve também acontecer em nossas vidas, em nossas famílias, em nossas Comunidades, Movimentos e Pastorais.

  Sigamos o Exemplo da Mãe do Cenáculo e dos seguidores de Jesus: crer mesmo sem nada ver e, peçamos os dons do Espírito Santo que mais necessitamos.

Tal como os Discípulos, nos tornemos Discípulos Missionários do hoje e vivamos a vida em abundância que Cristo nos quer dar. Para que, tal como a eles, o Espírito Santo nos ilumine e nos fortaleça quando o medo quer voltar e quando as preocupações querem ocupar o centro da nossa vida e apagar a nossa viva esperança.

  Temos inúmeros medos, receios, o desânimo ataca-nos muitas vezes. As perseguições, o sofrimento, a doença são muitas vezes uma tormenta. Também se não alimentarmos nossa Espiritualidade Cristã, em nós afloram as competições, as rivalidades, a falta de perdão e o dom Supremo do Amor/Caridade perde em nós o seu vigor.

Na Festa do Divino Espírito Santo (Pentecostes), devemos nos dirigir a Ele com a humildade de verdadeiros mendigos e suplicar este Amor do qual, muitas vezes, ainda não somos capazes de vivenciar.  Vinde Espírito Santo!

 

 

Pe. Francisco Clóvis Nery | Vigário Paroquial da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição – Cláudio

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