Vocação: terreno certo para o plantio fértil
Encerrando o mês vocacional – mês este que foi propício a intensificar as orações e as ações em favor das vocações – somos convidados a fazer um balanço daquilo que sentimos chamados a servir. Certamente, tal balanço deve ser feito com docilidade, buscando escutar a voz Daquele que nos chamou: o Mistério de Deus. Ele perscruta nossos corações, e nos convida a segui-Lo, gratuitamente, e a servi-Lo na pessoa humana.
Bem, nossa primeira e irrenunciável vocação é a de nos reconhecermo-nos “humanos”. Parece uma afirmação pleonástica, isto é, uma repetição desnecessária, pois, “ser humano” já traz em si o “humano”. Consideremos, então, esta primeira vocação como abertura ao mistério das demais “vocações”. Exemplificando: tenhamos em mente o nosso coração! Ele é o terreno no qual plantamos as sementes que, futuramente, colhê-las-íamos como frutos. Mas, antes de plantarmos é preciso, prudentemente, que analisemos as condições de plantio do próprio terreno, para, enfim, plantarmos a semente adequada, de modo adequado. Se assim não o fizermos, o terreno permanecerá inútil e nenhum fruto será produzido. Na construção de uma casa o processo é o mesmo! Portanto, o reconhecimento da nossa humanidade oferece a clareza da nossa vocação.
"Responder ao chamado de Deus é sempre uma aventura…” (Edith Stein). O convite do Senhor é para todos e o risco dele é, também, para todos. Por isso, faz-se necessário reconhecê-Lo nos diversos modos de vida. Na perspectiva eclesial, também é preciso o reconhecimento do Mistério no ministério ordenado, na vida matrimonial, na vida religiosa e no laicato. Para tal, não nos esqueçamos da oração, pois, como ressalta o papa Francisco: “as vocações nascem na oração e da oração; e somente na oração podem perseverar e dar fruto”. Na mesma linha, se encontra São João Paulo II: "que todos os membros da Igreja, sem exceção, têm a graça e a responsabilidade do cuidado pelas vocações" (Papa João Paulo II. Pastores Dabo Vobis 41, 2).
Que Maria, mãe da Igreja e dos vocacionados, com seu exemplo, nos ajude a reconhecer o terreno certo para dedicar nossas melhores forças e, assim, colhermos os melhores frutos.
Por Seminarista Carlos Augusto dos Santos Balsamão