Levados para o deserto
É Quaresma! “Mais uma vez, a graça de Deus nos conduz à vivência da Quaresma” e pela Sagrada Liturgia somos conduzidos com Jesus para estarmos com Ele quarenta dias no deserto, “onde o pecado é vencido, onde a harmonia do homem com Deus é restaurada”, onde se vence o fermento da maldade, as tentações e as seduções do mal.
Ao longo de seu ministério e de sua vida pública, foram muitas as tentações que Jesus teve que superar. Foram muitas as lutas interiores que teve de vencer para levar adiante a sua Missão de fazer a vontade do Pai, “pensar em seu próprio interesse ou escutar (fazer) a vontade do Pai?” Eis o drama que Jesus conviveu com ele até a noite decisiva no Horto das Oliveiras: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua!”.
Olhando para Jesus de Nazaré, sobretudo os quarenta dias que passou no deserto, suas lutas interiores e seus dramas, penso na nossa juventude que anseia seguir o caminho com Jesus, mas que ao longo da caminhada se depara com as tentações e com as seduções do mal, daí com seus dramas e conflitos interiores.
E nos desertos da vida, travam-se uma constante batalha interior entre o desejo de fazer a vontade do Pai e o desejo de se entregar as seduções e ilusões do tentador. Eis o drama que não só os jovens convivem com ele, mais todo aquele e aquela, que faz uso da razão e que se encontra consciente de sua vida.
Mais que uma preparação penitencial para celebrarmos a Páscoa do Senhor, a Quaresma é uma proposta para toda a vida, para celebrarmos cada dia nossa páscoa, buscando, diariamente, corrigir nossos vícios, vencendo, cada dia, o fermento da maldade e fechando nosso coração para as seduções do tentador. Somente com a força do Ressuscitado é que conseguiremos passar pelo deserto da vida sem ficarmos para trás e sairmos vitoriosos com Cristo. Feliz Páscoa!