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A via Sacra é chamada também de via crucis, em latim, ou em português, caminho da cruz. É um momento de profunda oração, meditação e encontro com Jesus, que em seus últimos momentos de sua vida terrena, vai ao encontro da cruz, instrumento de sofrimento, mas, sobretudo, de libertação e ressurreição.

A via Sacra é o caminho que se prolonga entre a Fortaleza Antônia ou Pretório, até o destino final, o Gólgota ou calvário. É o trajeto realizado por Jesus carregando a cruz, desde o momento de sua condenação até sua ressurreição.

Teve origem na época das Cruzadas, período compreendido entre os séculos XI e XIII, em que os cavaleiros ou cruzados saiam em luta na defesa das relíquias e lugares sagrados. A via sacra surgiu como um momento de oração em que os fiéis católicos que percorriam os lugares sagrados da paixão de Cristo, na Terra Santa, quiseram reproduzir, no continente ocidental, a peregrinação feita ao longo da via dolorosa, em Jerusalém.

A via sacra é rezada durante a quaresma, nas quartas e sextas-feiras. É um exercício espiritual de grande valor, onde se medita sobre a paixão de Cristo. É mais salutar, ainda, se acompanhada pelo jejum e por um ato de caridade, como, por exemplo, visitar um enfermo, ajudar uma pessoa necessitada, perdoar um “inimigo” e a si mesmo, ou seja, fazer o bem, sem olhar a quem. Os atos de piedade, acompanhados com gestos de caridade fraterna, chegam mais rápido, ao coração de Deus.

Muitas paróquias da Diocese de Divinópolis a rezam e forma de mutirão. São convidados todos os fiéis para se reunirem em um determinado ponto da cidade e dali fazerem a peregrinação, meditando sobre o caminho de Jesus até o calvário e associando esta meditação ao Tema da Campanha da Fraternidade, escolhido a cada ano, por ocasião da quaresma. Este ano a Campanha da Fraternidade vai refletir sobre a relação da Igreja e Sociedade.

Tradicional já é a via sacra em Pará de Minas, onde os fiéis se encontram ao pé da escada que conduz ao Cristo, ponto turístico daquela cidade. Sob a coordenação de Pe. Geraldo Gabriel de Bessa, auxiliado por outros sacerdotes  e equipe de liturgia, uma multidão de pessoas, em espírito de oração, sobem as escadarias que levam ao Cristo, rezando, cantando e se encontrando como povo santo de Deus.

Veja a riqueza dos temas bíblicos meditados nas quatorze estações e mais, ainda, na décima quinta, adicionada, recentemente, que é a ressurreição de Jesus.

Eis os temas:

1ª estação: Jesus é condenado à morte;
2ª estação: Jesus carrega a cruz às costas;
3ª estação: Jesus cai pela primeira vez;
4ª estação: Jesus encontra sua mãe;
5ª estação: Simão Cirineu ajuda Jesus a carregar a cruz;
6ª estação: Verônica enxuga o rosto de Jesus;
7ª estação: Jesus cai pela segunda vez;
8ª estação: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém;
9ª estação: Jesus cai pela terceira vez;
10ª estação: Jesus é despojado de suas vestes;
11ª estação: Jesus é pregado na cruz;
12ª estação: Jesus morre na cruz;
13ª estação: Jesus é depositado morto nos braços de sua mãe;
14ª estação: Jesus é enterrado;
15ª estação: Jesus ressuscita glorioso ao terceiro dia.

Procure sua paróquia e participe; se sua comunidade ainda não tem o hábito, que se torna virtude, de celebrar a via sacra, forme um grupo e comece a rezar. Muitos serão os frutos concedidos por Deus àqueles que meditarem sobre a paixão, morte e ressurreição de Jesus, nosso Mestre e Senhor.

Padre Geraldo Gabriel gravou uma reflexão sobre cada estação da via sacra; ouça aqui.

Por Padre Jair Simão