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Mensagem de Dom José Carlos para a Campanha da Fraternidade 2015

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Irmãos e irmãs,

 

Mais uma vez poderemos percorrer o caminho quaresmal, cuja finalidade é fazer-nos reviver, atualizando-o, o mistério pascal do Senhor Jesus, bem como fazer-nos exercitar o movimento interior e exterior de conversão do coração, da mentalidade, dos horizontes, das estruturas… Contínua e cotidianamente, é necessário rever nossas escolhas, esquemas, intenções, pois somos, todos os dias, tentados a tirar os olhos de Jesus e do Evangelho. Como Igreja de Jesus Cristo, haveremos de recordar sempre nossa missão primordial, nossos preferidos e preferências, nossos projetos pessoais, comunitários e eclesiais, à luz do Crucificado-Ressuscitado.

 

A Campanha da Fraternidade é convite à conversão, é convite a olhar com compaixão para o mundo, para fora de nós, para os outros… e de pedir ao Pai: “Venha a nós o vosso Reino!” A relação entre Igreja e sociedade será algo sempre em pauta na construção da identidade e da missão dos discípulos de Jesus em cada tempo. “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo, e nada há de verdadeiramente humano que não encontre eco no coração destes discípulos.” É assim que começa a grande constituição pastoral do Concílio Vaticano II chamada Gaudium et Spes (As alegrias e as esperanças), que trata da Igreja no mundo contemporâneo, e que estará completando 50 anos de promulgação em dezembro deste ano.

 

Depois de cinco décadas, estas palavras do Concílio ecoam novas e vigorosas no ministério do Papa Francisco: “A Palavra de Deus ensina que no irmão está o prolongamento permanente da Encarnação para cada um de nós: ‘Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes’ (Mt 25,40)” (EG 179). E ainda: “Ninguém pode exigir-nos que releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocupar com a saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciar sobre os acontecimentos que interessam aos cidadãos” (EG 183).

 

O Concílio, ainda não plenamente compreendido e assumido, e o Papa Francisco, cujas orientações sinalizam para uma Igreja mais inserida e encarnada, são iluminadores na redescoberta e retomada da missão da Igreja neste nosso tempo.

É preciso enxergar com profundidade a realidade, crer com as mãos, desejar o Reino de Deus no chão da história, alimentar-nos da Palavra e da Graça, a fim de podermos reapresentar Jesus, o Evangelho e o Reino, realidades comungantes e inseparáveis, como o que nos cabe oferecer ao mundo, numa atitude serviçal, missionária, testemunhal e alegre.

 

Na tradição do quarto evangelho, na ceia não se menciona a Eucaristia, mas se institui o lavar os pés como comunhão com Jesus. “Se não lavar os teus pés, não terás comunhão comigo” (Jo 13,8). E estar em comunhão com Ele é fazer como Ele: “Eu vos dei o exemplo para que façais o que eu fiz” (Jo 13,15). Jesus veio para servir e dar a vida. Os que são dele devem ir no mesmo caminho, dando Vida ao mundo.

No ano da paz, a todos desejo a paz que vem do Ressuscitado, para que possam dá-la aos irmãos. Bom caminho quaresmal! Fecunda vida pascal, no Senhor da Paz! Quem é de Deus é da paz!

 

Dom José Carlos Campos
Bispo da Igreja de Divinópolis

 

 

CLIQUE AQUI e assista o vídeo que dom José Carlos fala do real sentido da Quaresma.

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