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Padre Daniel faz reflexão sobre o mês da Bíblia

Todo discípulo de Jesus precisa desejar sempre fazer parte da multidão que se reúne em volta de seu Mestre para lhe escutar. Essa escuta atenta deve fazer parte do nosso dia-a-dia. Ser familiar à Palavra de Deus é estar disposto a ouvir a vontade do Senhor, expressa através desse presente ofertado pelo Espírito, que inspirou santas palavras a alguns escolhidos para traduzirem, em linguagem humana, a linguagem divina. São tão preciosas a ponto de provocar em um rabino “a impressão de encontrar-se com um poço muito profundo. Toda vez que jogava algo dentro para apanhar, saía cheio de ouro”. Quanto mais desejosos de alcançar o mais profundo dessa Palavra, mais o Senhor oferece-Se e mais convencidos de que Ele nos ama, ficamos.

Essa Palavra é tão poderosa que, ao longo dos séculos,  vem transformando vidas que estavam completamente perdidas e nas trevas, em vidas realmente comprometidas com o projeto de salvação anunciado por Jesus. Quantos corações desanimados foram reanimados e aquecidos para um sentido novo na vida, muitas vezes frustrados por várias buscas fora de Deus. Pela Palavra, Deus nos convence de que tudo, desde o mais remoto do Antigo Testamento, foi, cuidadosamente, preparado para que fôssemos salvos. A história dos homens foi sendo escrita dentro da eternidade. Quantos irmãos durante suas vidas estavam perdidos, depois de encontrados e acolhidos pela Palavra, permitiram que ela entrasse e ficasse definitivamente em suas vidas.

Muitos são os efeitos provocados em nós pela Palavra de Deus. Essa Palavra Santa e a oração (1Tm 4,5) que brota da escuta atenta nos toca e, aos poucos, com o seu poder, vai nos santificando. O coração é purificado (Jo 15,3) e vai se deixando habitar pela bondade e doçura de Deus.  Gera compromisso (Jo 8,31) de verdadeiros discípulos – é impossível aprender e conviver com o Mestre sem querer assumir o seu projeto como nosso. O demônio quer, a todo custo, fechar o coração do homem a Deus. Porém, a palavra tentadora não consegue falar mais alto quando temos a Palavra para vencer o inimigo (Ef 6,17). A Palavra não é oferecida só depois da conversão, mas para gerar a conversão. Deus nos ama para depois nos converter. Esse amor vem desde a juventude, à qual Deus recomenda a sua Palavra a fim de que levem uma vida pura (Sl 119,9).

Quando nos sentimos cansados no caminho, é a Palavra que dá vida e nos guarda dos perigos e males, nos permite continuar o caminho (Sl 119,25), evitar os desvios (Sl 17,4). A vida é para ser vivida com alegria; se muitos estão tristes é porque ainda não se encontraram com a Palavra (Jr 15,16) e não permitiram que ela os curasse (Sl 107,20), alimentasse (Lc 4,4) e os fortalecesse (Sl 119,28). Essa Palavra reanima os que, desanimados pelas experiências cotidianas, estão quase desistindo de caminhar (Rm 15,4), devolvendo-lhes a esperança, pois a maioria das tristezas vêm por grandes problemas que temos dificuldades de atravessar. Também temos uma Palavra para não deixarmos os problemas serem maiores que a presença de esperança e luz oferecida por Deus (Cl 3,16; Sl 119,5).

Deus não cansa de nos falar. Tem Palavra para nos guiar em tudo que nos acontece e vivenciamos. É como um canto de amor que nos seduz para junto de Si e, queremos ser seduzidos, como o profeta. Santifica-nos dos males deixados pelo pecado (Ef 5,26) e proporciona o nosso crescimento em espiritualidade (1Pd 2,2). A Palavra sempre tem um propósito e não volta para Deus sem cumpri-lo (Is 55,10-11). Que neste mês de setembro, mês dedicado especialmente à leitura orante da Bíblia, possamos nos dar, ainda mais, às experiências queridas por Deus para cada um, a partir de sua Palavra. Confiemos o nosso caminho a Deus, que deseja nos guiar à luz dos seus ensinamentos e instruções que fazem viver.

 

 

Por: Padre Daniel Leão

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