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Férias da Catequese?!

No final do ano, início das férias escolares, os catequizandos e, até mesmo os catequistas, costumam dizer que “estamos em férias”. Mas, é possível tirar férias do seguimento de Jesus? De antemão garanto: não é possível tirar férias de Jesus, de seu seguimento ou de seu Evangelho.

 

O documento Catequese Renovada nos lembra que “sempre mais se impõe uma educação permanente da fé que acompanhe o homem por toda a vida e se integre em seu crescimento global” (CR 129). A comunidade de fé é a grande responsável pelo desenvolvimento de uma catequese contínua e eficaz. É dever do cristão viver sempre conforme os ensinamentos de Jesus e anunciá-LO a todas as pessoas, mesmo nesta época, quando os encontros de catequese não acontecem como de costume. “Ser cristão, seguidor de Jesus, não é uma atividade com hora marcada. É missão para todo momento, para toda a vida.

 

Não é possível tirar férias de nossa vocação cristã de ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-16). Ser testemunha de Jesus, em todo e qualquer lugar, não significa desvalorizar o descanso, o lazer, as férias da escola e do trabalho. Muito pelo contrário, o seguimento de Jesus nos leva a saber o lugar certo das coisas e sua importância.

 

O descanso é um reconhecimento da bondade de Deus e do valor da vida humana. Pois a vida está acima de tudo: do trabalho, do dinheiro e das coisas. Sem dúvida, tempo de férias é tempo de seguimento, tempo de se fortalecer para o serviço ao próximo no mundo em que vivemos. Foi o que aconteceu com os apóstolos depois que Jesus lhes disse: ‘Venham à parte, para um lugar deserto, e descansem um pouco’ (Mc 6,30-31)” (Catequese Hoje, Paulus, 2007, p. 44-45).

 

Este período é propício também para “recarregarmos nossas baterias” e buscarmos forças para incrementarmos a Catequese que se iniciará no próximo ano. As nossas Diretrizes Diocesanas de Catequese, ao tratar da Estrutura da Catequese Diocesana, lembra a importância da “coordenação prestar atenção ao grupo de catequistas quanto à sua formação, ao relacionamento humano-afetivo, à escuta e ao diálogo, à espiritualidade, à comunicação, à busca de novos passos ao funcionamento da catequese”.

 

“É papel da Coordenação de Catequese promover semanas catequéticas, dias de lazer e encontros de espiritualidade”. Ser um grupo de catequistas é muito mais que marcar reuniões e encontros apenas para informar quais serão suas turmas e catequizandos ou para resolver outros assuntos “burocráticos”.

 

Esta época de festas é o tempo propício para nos confraternizarmos. O grupo de catequistas ao se confraternizar, se conhece mais, cria laços e resolve melhor seus problemas. Quanto mais houver identificação do grupo entre si, melhor será o desenvolvimento da catequese paroquial. “Conhecer a si mesmo, buscar crescer a cada dia, abrir-se ao relacionamento com as pessoas da comunidade” é fundamental para o desenvolvimento de uma boa catequese comunitária.

 

 Além disso, é preciso também pensar num encontro ou encontros de espiritualidade. “Ora et Labora”, “Reza e Trabalha” diz a Regra de São Bento. Assim também deve ser a vida do catequista. Catequista que não reza, que não participa da comunidade e da Eucaristia fica impossibilitado de ser um bom catequista. É preciso experimentar o Mistério para depois conduzir os nossos catequizandos a experimentá-lo também. Só se fala bem, com propriedade, daquilo que se conhece.

 

Outra prática comum e muito frutuosa, que geralmente acontece nesta época, são os tríduos e semanas catequéticas. A formação é parte essencial da vida dos catequistas e deve acontecer em todas as suas dimensões: pessoal e comunitária, espiritual, bíblica, teológico-doutrinal, litúrgica e metodológica. “A fonte inspiradora da formação de catequistas é Jesus Cristo” (DNC, 253). É a partir da pessoa dele – Jesus Cristo – que devemos desenvolver estes nossos encontros de formação. Aproveitemos este tempo oportuno para vivermos melhor nossa vocação. Abramos nossos corações à ação do Espírito Santo. Unamos “oração e vida a partir de Jesus, da Palavra de Deus, da vida da Igreja e da realidade do povo”.

 

Pe. Lúcio Flávio Galvão Camargos
Coordenador Diocesano de Pastoral

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