A Catedral diocesana, mais uma vez, se encheu de emoção e beleza para a Celebração, na fé, do Mistério da Encarnação de Jesus. Fiéis de todas as partes da cidade se juntaram para participar da Vigília do Natal, encerrando o tempo do Advento.
A Celebração, presidida por dom José Carlos, concelebrada pelo Cura da Catedral, padre Luis Carlos Amorim, e pelo Procurador do Patriarcado de Antioquia dos católicos sírios na Santa Sé, no Vaticano, Monsenhor George Masri, aconteceu na noite do dia 24 de dezembro, às 20 horas.
O bispo iniciou sua homilia fazendo uma leitura da realidade atual e questionando: “Onde está a Grande Luz se a humanidade ainda vive em caminhos obscuros, as sombras da morte rondam ceifando, precocemente, muitas vidas? Tudo parece estar sendo devorado pela chama da violência, da corrupção, da insensibilidade. Ainda reina o desequilíbrio, a injustiça, a impiedade e a maldade ainda salta os olhos."
Reforçou que todos têm que se perguntar isso antes de celebrar, de novo, o Natal de Jesus. Disse que a resposta a esse questionamento estaria no final do versículo 7, do capitulo 2 de São Lucas, “Maria deu à luz seu filho primogênito. Ela o enfaixou, e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles dentro da casa.”
Porque não havia lugar para Ele. Não havia lugar para o Messias Jesus, para o Deus que desceu para salvar. Porque não havia corações aquecidos, foi preciso enfaixar o menino, que não nasceu para faixas, mas para habitar os corações. O coração quente dispensa faixas. Aqui está a resposta diante da novidade e da bondade que deveriam existir no mundo depois do Messias.
Sugeriu a todos os fiéis que olhassem para dentro de si e se perguntassem onde Jesus se hospedou dentro de você?
Infelizmente, muitos hospedaram o Messias na cabeça, sabem muito de Jesus, mas não vivem e não agem como Jesus. Outros hospedaram nos pés, conseguem até se ocupar, missionariamente, de Jesus, mas aquilo que ensinam aos outros não conseguem viver para si mesmos, outros, talvez, tenham feito Jesus nascer na barriga, porque comerão e beberão às custas de Jesus na ceia natalina.
Deus não mente, não engana, não promete aquilo que não pode cumprir. O amor zeloso do Senhor há de realizar as promessas. E se essas coisas novas e boas não estão acontecendo é porque, o lugar que Jesus nasceu em cada um, ainda, não seja o coração.
Enquanto Deus não se hospedar no coração, o novo de Deus não vai entrar no mundo. Se Deus não estiver no coração não vai haver saúde espiritual e nem salvação.
É preciso dar saúde espiritual ao mundo a partir de si. Enquanto não for capaz de acolher em si a salvação de Deus, que é Jesus, o mundo não terá saúde espiritual.
O remédio para a saúde espiritual é Jesus. O mundo continuará doente se não tomar da saúde, da salvação que Deus oferece em Jesus.
Se Jesus não fosse Deus ele não seria remédio e se não fosse humano não seria alguém para ser imitado. Mas ele é Deus e humano, por isso é remédio e imitável.
No meio de um mundo confuso o Messias é conselheiro admirável, no mundo cheio de fraquezas, o Messias é um Deus forte, no meio de indecisões e insegurança, o Messias é o pai dos tempos futuros , no meio de um mundo de guerras o Messias é príncipe da paz.
Deus tem o remédio, e não tomado o remédio, Jesus, ainda, ocupa uma área superficial da vida das pessoas. Ele, ainda, está na periferia do ser, ele, ainda, não tomou a centralidade da casa interior, não chegou ao coração. Enquanto ele estiver fora do coração das pessoas, Ele vai precisar de faixas para se aquecer diante do frio de descrença, da insensibilidade, da incredulidade.
Quando o coração de cada um for hospedaria favorável, ali, Ele vai crescer a ponto de dar forma à vida, fazer crescer a experiência de fé sadia, madura, séria. Cada um terá a forma de Jesus e agirá e pensará como Ele. Essa é a novidade que Deus quer para todos.
O bispo terminou a sua homilia desejando que o Natal desse ano seja diferente dos outros natais.
Que todos recoloquem Jesus no centro da vida, da alma e do coração.
Se o coração não for Cristo, não se tem vida, não se tem saúde, não se tem salvação, nem para si, nem para o mundo. Está na hora de hospedar Jesus, para que, a partir Dele, existam sonhos para o mundo, pois os sonhos de Deus são sempre sonhos bons.
Os participantes da Celebração, tiveram a oportunidade de ouvir com a Consagração e a oração do Pai Nosso, proferidos pelo Monsenhor Masri, na língua de Jesus. Realmente, foram momentos inesquecíveis de fé, emoção e beleza.
Por Maria Teresa Fernandes Lopes